UMA CENA DO DESBUNDE: experimentalismo e marginalidade nas cenas-encruzilhadas de José Agrippino de Paula
SIDNEI MOREIRA CRUZ
Onrientador: Profª Drª CARMEM GADELHA
CRUZ, Sidnei Moreira. Uma cena do desbunde: experimentalismo e marginalidade nas cenas-encruzilhadas de José Agrippino de Paula. 2024. Tese (Doutorado em Artes da Cena) – Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
A pesquisa de doutorado Uma cena do desbunde: marginalidade e experimentalismo nas cenas-encruzilhadas de José Agrippino de Paula propõe um estudo da obra deste artista que atuou intensamente na cena contracultural brasileira nos anos 60 e 70 do século XX. Experimental e marginal, Agrippino criou a noção de Teatro Simultâneo, além de um vocabulário próprio definindo noções e procedimentos estéticos e técnico-operacionais que foram postos em prática no tríptico cênico composto pelos espetáculos Hitler Terceiro Mundo (1968), Planeta dos Mutantes (1969) e Rito do Amor Selvagem (1969). A tese apresenta uma análise das pistas deixadas no manuscrito inédito Diário de trabalho de 1964, vislumbrando nele ao mesmo tempo o potencial de um caderno de trabalho do artista e o embrião de um programa de criação e de reflexão. A realização artística de Agrippino entre 1965 e 1970 – dois romances, um roteiro teatral, um filme e três espetáculos teatrais – está esboçada no referido manuscrito inédito. Apresenta-se uma análise das anotações do Diário confrontadas com outras fontes do autor (romances, contos, artigos em programa de espetáculos, entrevistas, filmes etc.), como também analisa críticas literárias e teatrais de especialistas em jornais e pesquisas acadêmicas sobre o artista e suas realizações em parceria com Maria Esther Stockler e o Grupo Sonda. Este trabalho contribui para revelar o papel singular de José Agrippino de Paula na sua época e prospectar a sua importância para a cena contemporânea, bem como apontar para a necessidade de revisão do seu lugar de fato e direito enquanto criador-inventor na historiografia contracultural brasileira.
Palabras claves: 1. Brasil – Século XX – Décadas de 60 e 70. 2. Teatro Experimental – Teatro de grupo – Rito do Amor Selvagem :dramaturgia e montagem 3. Cinema marginal 4. Literatura Brasileira moderna 5. Contracultura – Desbunde
Escutar Matérias: das sutilezas das pedras ao peso dos tempos
IAN CALVET MARYNOWER
Onrientador: Prof.ª Dr.ª ADRIANA SCHNEIDER ALCURE e Coorientadora: Prof.ª Dr.ª MARIANA MAIA SIMONI
Membros da Banca: Prof.ª Dr.ª Adriana Schneider Alcure – (Orientador e Presidente) Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ/ECO-PPGAC, Prof.ª Dr.ª Mariana Maia Simoni – (Co-Orientadora) FU-Berlin, Prof.ª Dr.ª Gabriela L. G. Monteiro – (Examinadora) Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ/ECO-PPGAC, Prof.ª Dr.ª Maria Teresa F. Bastos – (Examinadora) Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ/ECO-PPGAC, Prof. Dr. Patrick Estelita C. Pessoa – (Examinadora) Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ/ECO-PPGAC, Prof.ª Dr.ª Andréa França Martins – (Examinadora) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RIO e Prof.ª Dr.ª Jacyan C. Oliveira – (Examinadora) Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ/ECO-PPDAN
A presente pesquisa é baseada nos documentos e fotos deixados pela família judaica alemã Grünbaum 3 meus antepassados que fugiram de Berlim para o Brasil em 1934, pouco antes da eclosão da 2ª Guerra Mundial. A tese é uma narrativa literária que entrelaça o estudo das matérias do arquivo de família com as investigações sobre o contexto histórico em que elas foram produzidas, assim como as minhas experiências como pesquisador durante o estágio doutoral em Berlim (CAPES-PDSE). Também busco estabelecer considerações sobre os aspectos sintomáticos do contexto da ascensão do Nacional-Socialismo, suas relações com a contemporaneidade e a condição migrante da família Grünbaum.
CONSTRUTORES DE ILUSÕES: O Lugar da Direção de Arte e da Cenografia na Criação do Espaço Cênico Visual da TV Globo
FLÁVIA YARED ROCHA
Onrientador: Profª Drª ELIZABETH MOTTA JACOB
Membros da Banca: Elizabeth Motta Jacob, Orientadora, Doutora. UFRJ, Caio Arnizaut Riscado, Doutor. UFRJ, Evelyn Furquim Werneck Lima, Doutora. UFRJ, João Batista Freitas Cardoso, Doutor. PUC-SP e Nívea Faria de Souza, Doutora. UFF
ROCHA, Flávia Yared. JACOB, Elizabeth Motta. CONSTRUTORES DE ILUSÕES: O Lugar da Direção de Arte e da Cenografia na Criação do Espaço Cênico Visual da TV Globo.
Rio de Janeiro, 2024. 410p. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ECO-UFRJ, 2024.
Este trabalho se propõe a investigar o lugar da direção de arte e da cenografia na construção do espaço cênico visual da TV Globo que passa impreterivelmente por pensar a produção televisiva sob a perspectiva do modo industrial de trabalho. Ao entender como se dá a concepção e realização do espaço cênico televisivo nesta empresa, pretende-se descobrir se é possível existir direção de arte na ausência de um profissional que desempenhe este papel.
TRILHAS DE UMA EQUEDE: gestão de terreiro e redes de produção cultura
FLÁVIA BERTON DA SILVA
Onrientador: Prof. Dr. MANOEL SILVESTRE FRIQUES
Membros da Banca: Prof. Dr. Manoel Silvestre Friques – Escola de Comunicação da UFRJ, Profa. Dra. Adriana Schneider Alcure – Escola de Comunicação da UFRJ, Profa. Dra. Gabriela Lírio Gurgel Monteiro – Escola de Comunicação da UFRJ, Profa. Dra. Rosyane Trotta – Escola de Artes Cênicas da UNIRIO e Prof. Dr. Wanderson Flor do Nascimento – Escola de Filosofia da UNB
SILVA, Flávia Berton da. Trilhas de uma equede: gestão de terreiro e redes de
produção cultural. Tese (Doutorado em Artes da Cena) 3 Escola de Comunicação,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
Neste trabalho, busco confluências entre as mais de três décadas de
vivências no campo da produção e da gestão cultural com coletivos artísticos do Rio
de Janeiro e os vintes anos como equede1 do candomblé. Conto essas histórias
recorrendo, para isso, aos métodos das Escrevivências, de Conceição Evaristo, e dos
En-sinamentos, de Vanda Machado. Entendo o terreiro de Candomblé e o terreno das
artes como laboratórios de experiências, onde concebo uma ideia de terreno-terreiro
expandida, não circunscrita apenas ao espaço físico, mas a um espaço de
pertencimento de uma comunidade, que tece modos de fazer ao longo do tempo.
Através da construção de redes de colaboração e da memória, vou trançando, junto
com a trajetória dos projetos que participei, a ideia de Gestão de Terreiro, executada
pela Equede-produtora que aqui escreve, que busca entender quais saberes
colaboram para a percepção dos modos de fazer da Gestão Ordinária (Carrieri, 2020),
colaborando com as maneiras de conceber a produção e a gestão em artes e
apoiando os caminhos para o Bem Viver (Krenak, 2010).
TEATRO ARTIVISTA: experimentações teatrais na escola pública e no teatro de grupo
ANILIA FRANCISCA MÉRCIO DA SILVEIRA
Onrientador: Prof. Dr. DANIEL MARQUES DA SILVA
Membros da Banca: Prof. Dr. Daniel Marques da Silva – Orientador, Profa. Dra. Elizabeth Motta Jacob – PPGAC- ECO-UFRJ, Prof. Dr. Caio Arnizaut Riscado – PPGAC- ECO – UFRJ, Prof. Dra. Liliane Ferreira Mundim – PPEAC- UNIRIO e Prof. Dra. Helen Sarapeck Ribeiro Pinto – GESTO / Grupo de Estudos em Teatro do Oprimido
SILVEIRA, Anilia Francisca Mércio da. TEATRO ARTIVISTA: experimentações teatrais na escola pública e no teatro de grupo. Orientador: Daniel Marques da Silva. Rio de Janeiro, 2024. Tese (Doutorado em Artes da Cena) – Escola de Comunicação Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 375 páginas.
Neste trabalho, pesquiso e experimento ferramentas cênicas utilizadas tanto com atores como com não atores que possam estimular uma proposta autoral e artivista (Raposo, 2015), usando metodologias empíricas inspiradas em Augusto Boal (1975; 1996; 1999; 2002; 2003; 2009) e Eugênio Barba (2010; 2010b), baseada em artifícios da cena contemporânea como a autoficção, o multifoco e a interatividade com a plateia. Para tanto, faço relatos de experiências de práticas vivenciadas tanto na escola pública onde leciono artes cênicas há 13 anos, quanto no Gene Insanno Companhia de Teatro, grupo de teatro no qual trabalho há 28 anos, em Araruama/RJ. Para sistematizar o estudo e integrar tais conceitos, descrevo uma prática de montagem realizada no decorrer da pesquisa, validando sua eficácia metodológica e reportando os seus resultados.
O CORPO EM VERTIGEM: considerações de uma artista circense
ALICE TIBERY RENDE
Onrientador: Profª Drª ALESSANDRA VANNUCCI
Membros da Banca: Profª Drª Alessandra Vannucci, Prof.a Dr.a Gabriela Lirio, Prof. Dr. Narciso Telles, Prof.a Dr.a Beatriz Jaguaribe e Prof. Dr. Ana Maria Fernandes
Para a realização desta pesquisa a prática circense se torna ferramenta para abordar o corpo em estado de vertigem. Adotamos como pressuposto considerar estas artes como um instrumento capaz de criar conhecimento e abordar temas sociais e filosóficos. Para tanto, realiza-se uma análise da experiência do circo em sua globalidade: a aprendizagem, o treinamento, a criação e escrita cênica, a interpretação e a exposição do corpo em cena, a produção de uma tournée e o modo como os fazeres circenses alteram a organização de vida do artista. Constata-se que o estado vertiginoso é presente em vários âmbitos do fazer circense e que ele desencadeia no corpo do artista uma acumulação de diferentes sensações e afetos: medo e entusiasmo, desnorteamento e fascínio, sensação de segurança e de risco, de enclausuramento e de liberdade, de fragilidade e de potência. Este agitado movimento, gerado pela multiplicidade de vetores aparentemente contraditórios que o corpo em vertigem atravessa, resulta em transformações íntimas. Como a exposição cênica gera uma troca de sensações entre o artista e o público através da empatia física, arrisca-se defender que este potencial transformador, além de íntimo, pode vir a se tornar coletivo quando a vertigem é exposta em cena. Conclui-se então que as atividades que geram vertigem, como os fazeres circenses, podem portanto serem consideradas uma prática de esperança, pois se prestam para enfrentar impasses de ordem íntima e/ou social, abrindo novas perspectivas.
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